Como Funciona a Pensão Alimentícia em União Estável: Guia Prático
- gil celidonio

- 6 de nov.
- 3 min de leitura
Se você viveu uma união estável e precisa entender como funciona a pensão alimentícia para filhos ou ex-companheiro(a), este guia explica, de forma direta, quem tem direito, como o valor é calculado e como pedir na prática. Cada caso é único, e contar com um especialista pode acelerar o resultado e evitar perdas.
O que é união estável e quem tem direito à pensão
A união estável é reconhecida pela lei brasileira como entidade familiar. Em termos de alimentos, podem existir duas situações principais:
Filhos: Têm direito à pensão para custear alimentação, moradia, saúde, educação, lazer e outras despesas essenciais, até que se tornem economicamente independentes (a maioridade por si só não encerra automaticamente a obrigação).
Ex-companheiro(a): Em casos específicos, pode haver pensão por tempo determinado, quando comprovada a necessidade e a dependência econômica, geralmente para permitir a reorganização financeira após o término.
Regra-mestra: prevalece o binômio necessidade de quem pede x possibilidade de quem paga, com proporcionalidade e razoabilidade.
A base legal está principalmente nos artigos 1.694 a 1.710 do Código Civil e no entendimento consolidado dos tribunais.
Como a pensão é calculada
Não existe um valor fixo em lei. O juiz avalia provas de renda e de despesas, além do padrão de vida da família. Na prática, a fixação pode ocorrer de duas formas:
Percentual sobre a renda: Incide geralmente sobre o salário líquido do(a) alimentante (descontados INSS e IR), útil quando há vínculo formal.
Valor fixo (ou misto): Indicado quando há renda variável, trabalho informal ou múltiplas fontes de receita.
Despesas compartilhadas: Escola, plano de saúde e outras contas podem ser rateadas diretamente, conforme o caso.
Observação: alguns tribunais utilizam faixas de referência para crianças (por exemplo, percentuais aproximados), mas isso não é regra rígida. O que vale é a prova da necessidade e da capacidade de pagamento.
O que pesa na decisão
Renda real de quem paga e de quem recebe (holerites, extratos, notas fiscais, movimentação financeira).
Necessidades dos filhos (saúde, educação, alimentação, transporte, moradia e lazer compatíveis).
Tempo de união, idade, condição de saúde e empregabilidade do ex-companheiro(a).
Guarda, convivência e eventuais despesas diretas já custeadas.
Documentos e provas essenciais
Prova da união estável (declaração pública, escritura, contas conjuntas, fotos, testemunhas, contratos de aluguel, planos de saúde, etc.).
Documentos pessoais e dos filhos (RG, CPF, certidão de nascimento, comprovante de residência).
Comprovantes de renda de ambas as partes (holerites, Declaração de IR, extratos bancários, MEI/nota fiscal, contratos).
Comprovantes de despesas (escola, plano de saúde, medicamentos, aluguel, alimentação, transporte, cursos, atividades).
Passo a passo para pedir a pensão
Organize as provas: Reúna todos os documentos de renda e despesas para demonstrar necessidade e possibilidade.
Tente um acordo: Um acordo extrajudicial bem estruturado pode ser homologado e tem força de sentença.
Protocole a ação: Com advogado(a) ou pela Defensoria, peça alimentos provisórios para garantir um valor imediato.
Audience de conciliação: Busque ajustar percentuais, valores fixos e divisão de despesas.
Decisão e cumprimento: Após a sentença, pagamentos devem ser feitos nas datas e formas fixadas.
Execução, revisão ou exoneração: Se houver atraso, é possível executar a dívida; se a renda mudar, cabe revisional; se cessar a necessidade, pode haver exoneração.
Pensão provisória, revisão e execução
Alimentos provisórios costumam ser definidos no início do processo, garantindo sustento imediato. Com mudança relevante na renda ou nas despesas, é possível revisar o valor. Em caso de inadimplência, a lei permite execução com meios como desconto em folha, protesto e, em hipóteses específicas, até prisão civil.
Quando a pensão pode acabar
Filhos: Ao atingir autonomia financeira; a maioridade pode ensejar revisão, mas não encerra automaticamente.
Ex-companheiro(a): Normalmente é temporária; pode encerrar com nova união/casamento ou com a capacidade de autossustento.
Alterações significativas: Melhoras ou pioras de renda/necessidade podem levar à revisão ou exoneração.
Erros comuns que custam caro
Firmar acordo verbal sem homologação judicial.
Não guardar comprovantes de pagamento e despesas.
Subestimar renda ou superestimar gastos sem provas (risco de decisão desfavorável).
Demorar para agir: parcelas vencidas acumulam e a execução pode ficar mais complexa.
Prazo e custos: o que esperar
Os alimentos provisórios podem sair em poucas semanas, variando conforme a comarca. Custas e honorários variam, mas é possível pedir gratuidade de justiça quando cabível. Um plano processual claro reduz custo total e acelera resultados.
Por que agir agora
Valores costumam valer a partir da citação ou decisão provisória: quanto antes, melhor.
Evita endividamento e garante previsibilidade nas despesas dos filhos.
Protege você com um título executivo, facilitando a cobrança.
Próximo passo
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